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Magic Key ajuda tetraplégicos a controlar computadores - Diário XXI

Diário XXI

2006-11-01 00:00:00

 

Apesar do sucesso, docente do IPG recusa ideia de negócio
A utilização de um programa com webcam, que permite controlar computadores ou uma casa com a face e os olhos, tem recebido óptimas reacções. No entanto, o inventor, Luís Figueiredo, docente do Politécnico da Guarda, continua a entender a Magic Key como uma ajuda para quem precisa
A ideia surgiu há cerca de ano e meio e levou três meses a transformar-se em realidade. Chama-se Magic Key e consiste num programa de computador que lê os dados transmitidos por uma câmara adaptada (vulgarmente chamada de webcam) que capta as imagens da face e olhos do utilizador - muitas vezes as únicas partes do corpo activas num tetraplégico. São elas que passam a comandar o cursor do rato e controlar o computador.
O mentor do projecto é Luís Figueiredo, 40 anos de idade, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda. Juntou a sua ligação pessoal e institucional na área da deficiência, com a forma de mostrar aos seus alunos as possibilidades do mundo do processamento da imagem.
O projecto, garante,  nunca está concluído . Porque  cada pessoa é diferente das outras  Luís Figueiredo, engenheiro com mestrado em Electrónica de Telecomunicações, já criou outras duas versões do sistema. Perante um caso de necessidade de controlo apenas com os olhos, surgiu a Magic Key Eye Control, destinado a pessoas completamente imobilizadas (como acontece com a esclerose lateral amiotrófica).  O que se pretende é que, mais do que um acesso ao computador, se estabeleça uma ligação com as outras pessoas, pois neste caso há a impossibilidade de falar ou comunicar por gestos , explica o mentor do projecto.
A terceira solução encontrada foi a Magic Key Joystick, que transforma um vulgar joystick num dispositivo de controlo do rato. Especialmente concebido para crianças com paralisia cerebral que usam uma cadeira eléctrica. Um controlo semelhante a este dispositivo pode ainda ser utilizado por pessoas que dominem, ainda que ligeiramente, o pulso.
NÃO É UM NEGÓCIO, É UMA AJUDA
 Onde houver uma pessoa que tenha necessidade, eu vou . Luís Figueiredo rejeita o termo  comercializar  no que toca ao uso desta aplicação.  A ideia não é fazer disto um negócio, é ajudar as pessoas . Além disso,  não é financeiramente sustentável , alega, por causa das despesas em demonstrações e instalações, que iriam requerer uma pessoa a tempo inteiro.
Actualmente, existem dois utilizadores do sistema e três em avaliação. A versão joystick é usado por outras duas pessoas e o Eye Control ainda não foi usado por ninguém (apesar de um pedido que deu origem à sua concepção).  Felizmente, em Portugal, o número de pessoas tetraplégicas é extremamente reduzido , afirma Luís Figueiredo. O docente frisa, no entanto, que  não importa o número de pessoas que o estão a utilizar, mas a qualidade de vida delas .
Assim, o projecto avança  com muito boa vontade e sacrifício pessoal  e as receitas apenas auto-financiam o projecto onde trabalha sozinho. Afirma que até podia ter alunos consigo, mas  não existem verbas sequer para pagar uma bolsa de estudo . Assim, o processo, da invenção de novos produtos à divulgação e à assistência técnica, passa todo pelo docente.
As suas invenções não estão patenteadas:  Sou contra as patentes, porque estaria impedir outras pessoas de todo o mundo de pegarem na sua capacidade de criação e fazer um sistema melhor que este. Se alguém conseguir fazer um sistema mais simples e mais funcional e que pode ajudar ainda mais as pessoas com deficiência, fico contente com isso .
Comparticipado pelo Estado
Preços abaixo de outras soluções do mercado
A Magic Key custa 630 euros, a versão joystick sem fios custa 125 euros e a Magic Key Eye Control é o equipamento mais caro, ascendendo a mil 800 euros. A estes valores acresce 181 euros de custos de montagem, para instalações fora da Guarda, mas incluem formação técnica. As actualizações de software são gratuitas nos primeiros dois anos. A assistência técnica gratuita é dada por e-mail, telefone ou outra forma que não exija deslocações.
Segundo Luís Figueiredo, as outras aplicações existentes são muito mais caras:  Há algumas soluções comercias na ordem dos seis a oito mil euros, outras na casa dos mil e 4000 euros, mas nenhuma tem estas capacidades . A principal diferença do sistema Magic Key para outros sistemas está na câmara.  Há equipamentos que não usam uma webcam, mas uma câmara de alta definição, que custa dez vezes mais. E, mesmo assim, não conseguem ter uma precisão como esta , realça o docente do IPG.
Por outro lado, salienta que as três soluções Magic Key  estão oficializadas como ajudas técnicas no Catálogo Nacional de Ajudas Técnicas, Fabricantes e Agentes Nacionais , pelo que podem ser financiadas. Os subsídios para a aquisição destes equipamentos podem ser obtidos através dos ministérios da Saúde, Educação ou Trabalho e Solidariedade Social
Para quem nunca usou PCs
Luís Figueiredo salienta que o sistema Magic Key podem ser utilizado mesmo por quem nunca mexeu num computador, apenas bastando predisposição para o fazer.  Isto não é um produto que está numa prateleira, há todo um tratamento humano. Há que olhar para as características, necessidades e aspirações das pessoas em cada caso .
Brevemente nas delegações do IPJ
Dentro de algumas semanas, o sistema Magic Key vai estar instalado em todas as delegações distritais do Instituto Português da Juventude (IPJ), incluindo Açores e Madeira, resultado de um acordo com a Fundação para a Divulgação das Tecnologias da Informação. Do ponto de vista financeiro, Luís Figueiredo encara esta acção como  uma almofada para o projecto. Se tiver mais apoios, pode acontecer que ande mais rápido . O criador da Magic Key gostaria de ter o interesse das autarquias, já que  praticamente todas as câmaras municipais têm espaços de acesso à Internet e muitas vezes colocam determinada percentagem com computadores de acesso a pessoas com deficiência .  Ao optarem por esta solução nacional, estão a contribuir para diminuir o défice na nossa balança comercial e para ajudar a investigação nesta área .
OUTRAS APLICAÇÕES
Luís Figueiredo está já a preparar outras aplicações de apoio à deficiência, nomeadamente na área da paralisia cerebral em crianças, mas que só irá revelar quando estiverem funcionais, o prevê para daqui a quatro meses. Diz mesmo que tem entre mãos  um conjunto de projectos que, quando estiverem feitos, acharemos que a Magic Key não tem grande importância .
Programa controla casa do futuro
Por convite de uma empresa especializada na concepção e desenvolvimento de soluções integradas para casas do futuro (controladas com novas tecnologias), a Magic Key esteve presente na exposição  Casa do Futuro , no Salão Internacional das Tecnologias da Informação e Comunicação, em Lisboa, entre 2 e 5 deste mês. Ali esteve também a primeira utilizadora da Magic Key, com uma demonstração de como uma pessoa tetraplégica pode, apenas com o olhar e com a ajuda destas novas tecnologias, acender e apagar luzes, abrir e fechar janelas, controlar a televisão e o som da aparelhagem ou mesmo o sistema de aquecimento e ar condicionado da casa.
A Magic Key irá estar presente noutros certames na Exponor (Porto) e na FIL (por exemplo, no Salão Imobiliário de Lisboa).
Apesar das reacções positivas, Luís Figueiredo não pensa expandir o projecto além fronteiras, por incapacidade de dar resposta às solicitações. Apesar de considerar que haveria mercado na Europa, deposita no anunciado Plano Tecnológico algumas esperanças para o apoio à investigação, o que significaria também um alargamento do projecto. Entretanto, a Magic Key vai continuar ligada à ESTG,  enquanto a escola entender que deve apoiar este projecto e que deva haver ligação , conclui.

Apesar do sucesso, docente do IPG recusa ideia de negócio A utilização de um programa com webcam, que permite controlar computadores ou uma casa com a face e os olhos, tem recebido óptimas reacções. No entanto, o inventor, Luís Figueiredo, docente do Politécnico da Guarda, continua a entender a Magic Key como uma ajuda para quem precisa A ideia surgiu há cerca de ano e meio e levou três meses a transformar-se em realidade. Chama-se Magic Key e consiste num programa de computador que lê os dados transmitidos por uma câmara adaptada (vulgarmente chamada de webcam) que capta as imagens da face e olhos do utilizador - muitas vezes as únicas partes do corpo activas num tetraplégico. São elas que passam a comandar o cursor do rato e controlar o computador. O mentor do projecto é Luís Figueiredo, 40 anos de idade, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda. Juntou a sua ligação pessoal e institucional na área da deficiência, com a forma de mostrar aos seus alunos as possibilidades do mundo do processamento da imagem. O projecto, garante, nunca está concluído . Porque cada pessoa é diferente das outras Luís Figueiredo, engenheiro com mestrado em Electrónica de Telecomunicações, já criou outras duas versões do sistema. Perante um caso de necessidade de controlo apenas com os olhos, surgiu a Magic Key Eye Control, destinado a pessoas completamente imobilizadas (como acontece com a esclerose lateral amiotrófica). O que se pretende é que, mais do que um acesso ao computador, se estabeleça uma ligação com as outras pessoas, pois neste caso há a impossibilidade de falar ou comunicar por gestos , explica o mentor do projecto. A terceira solução encontrada foi a Magic Key Joystick, que transforma um vulgar joystick num dispositivo de controlo do rato. Especialmente concebido para crianças com paralisia cerebral que usam uma cadeira eléctrica. Um controlo semelhante a este dispositivo pode ainda ser utilizado por pessoas que dominem, ainda que ligeiramente, o pulso. NÃO É UM NEGÓCIO, É UMA AJUDA Onde houver uma pessoa que tenha necessidade, eu vou . Luís Figueiredo rejeita o termo comercializar no que toca ao uso desta aplicação. A ideia não é fazer disto um negócio, é ajudar as pessoas . Além disso, não é financeiramente sustentável , alega, por causa das despesas em demonstrações e instalações, que iriam requerer uma pessoa a tempo inteiro. Actualmente, existem dois utilizadores do sistema e três em avaliação. A versão joystick é usado por outras duas pessoas e o Eye Control ainda não foi usado por ninguém (apesar de um pedido que deu origem à sua concepção). Felizmente, em Portugal, o número de pessoas tetraplégicas é extremamente reduzido , afirma Luís Figueiredo. O docente frisa, no entanto, que não importa o número de pessoas que o estão a utilizar, mas a qualidade de vida delas . Assim, o projecto avança com muito boa vontade e sacrifício pessoal e as receitas apenas auto-financiam o projecto onde trabalha sozinho. Afirma que até podia ter alunos consigo, mas não existem verbas sequer para pagar uma bolsa de estudo . Assim, o processo, da invenção de novos produtos à divulgação e à assistência técnica, passa todo pelo docente. As suas invenções não estão patenteadas: Sou contra as patentes, porque estaria impedir outras pessoas de todo o mundo de pegarem na sua capacidade de criação e fazer um sistema melhor que este. Se alguém conseguir fazer um sistema mais simples e mais funcional e que pode ajudar ainda mais as pessoas com deficiência, fico contente com isso . Comparticipado pelo Estado Preços abaixo de outras soluções do mercado A Magic Key custa 630 euros, a versão joystick sem fios custa 125 euros e a Magic Key Eye Control é o equipamento mais caro, ascendendo a mil 800 euros. A estes valores acresce 181 euros de custos de montagem, para instalações fora da Guarda, mas incluem formação técnica. As actualizações de software são gratuitas nos primeiros dois anos. A assistência técnica gratuita é dada por e-mail, telefone ou outra forma que não exija deslocações. Segundo Luís Figueiredo, as outras aplicações existentes são muito mais caras: Há algumas soluções comercias na ordem dos seis a oito mil euros, outras na casa dos mil e 4000 euros, mas nenhuma tem estas capacidades . A principal diferença do sistema Magic Key para outros sistemas está na câmara. Há equipamentos que não usam uma webcam, mas uma câmara de alta definição, que custa dez vezes mais. E, mesmo assim, não conseguem ter uma precisão como esta , realça o docente do IPG. Por outro lado, salienta que as três soluções Magic Key estão oficializadas como ajudas técnicas no Catálogo Nacional de Ajudas Técnicas, Fabricantes e Agentes Nacionais , pelo que podem ser financiadas. Os subsídios para a aquisição destes equipamentos podem ser obtidos através dos ministérios da Saúde, Educação ou Trabalho e Solidariedade Social Para quem nunca usou PCs Luís Figueiredo salienta que o sistema Magic Key podem ser utilizado mesmo por quem nunca mexeu num computador, apenas bastando predisposição para o fazer. Isto não é um produto que está numa prateleira, há todo um tratamento humano. Há que olhar para as características, necessidades e aspirações das pessoas em cada caso . Brevemente nas delegações do IPJ Dentro de algumas semanas, o sistema Magic Key vai estar instalado em todas as delegações distritais do Instituto Português da Juventude (IPJ), incluindo Açores e Madeira, resultado de um acordo com a Fundação para a Divulgação das Tecnologias da Informação. Do ponto de vista financeiro, Luís Figueiredo encara esta acção como uma almofada para o projecto. Se tiver mais apoios, pode acontecer que ande mais rápido . O criador da Magic Key gostaria de ter o interesse das autarquias, já que praticamente todas as câmaras municipais têm espaços de acesso à Internet e muitas vezes colocam determinada percentagem com computadores de acesso a pessoas com deficiência . Ao optarem por esta solução nacional, estão a contribuir para diminuir o défice na nossa balança comercial e para ajudar a investigação nesta área . OUTRAS APLICAÇÕES Luís Figueiredo está já a preparar outras aplicações de apoio à deficiência, nomeadamente na área da paralisia cerebral em crianças, mas que só irá revelar quando estiverem funcionais, o prevê para daqui a quatro meses. Diz mesmo que tem entre mãos um conjunto de projectos que, quando estiverem feitos, acharemos que a Magic Key não tem grande importância . Programa controla casa do futuro Por convite de uma empresa especializada na concepção e desenvolvimento de soluções integradas para casas do futuro (controladas com novas tecnologias), a Magic Key esteve presente na exposição Casa do Futuro , no Salão Internacional das Tecnologias da Informação e Comunicação, em Lisboa, entre 2 e 5 deste mês. Ali esteve também a primeira utilizadora da Magic Key, com uma demonstração de como uma pessoa tetraplégica pode, apenas com o olhar e com a ajuda destas novas tecnologias, acender e apagar luzes, abrir e fechar janelas, controlar a televisão e o som da aparelhagem ou mesmo o sistema de aquecimento e ar condicionado da casa. A Magic Key irá estar presente noutros certames na Exponor (Porto) e na FIL (por exemplo, no Salão Imobiliário de Lisboa). Apesar das reacções positivas, Luís Figueiredo não pensa expandir o projecto além fronteiras, por incapacidade de dar resposta às solicitações. Apesar de considerar que haveria mercado na Europa, deposita no anunciado Plano Tecnológico algumas esperanças para o apoio à investigação, o que significaria também um alargamento do projecto. Entretanto, a Magic Key vai continuar ligada à ESTG, enquanto a escola entender que deve apoiar este projecto e que deva haver ligação , conclui.

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